Rádio Hinos Inspirados


domingo, 22 de setembro de 2019

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 01




Os pentecostais acreditam que sua conclusão a respeito de serem as línguas evidência física inicial do batismo no Espírito Santo baseia-se nas Escrituras, especialmente em Atos dos Apóstolos. Nos três casos onde Lucas registra pormenores de como os indivíduos receberam o batismo no Espírito Santo, o falar em outras línguas fica claramente em evidência. No dia de Pentecostes, os 120 falaram em línguas - glossolalia - as quais não dominavam em circunstâncias normais (At 2.4). Declara Ralph M. Riggs: "Esse falar em outras línguas veio, então, a ser o sinal e evidência de que o Espírito Santo descera sobre os cristãos neotestamentários". Caso nítido é o incidente de Cornélio (At 10.44-46). Horton observa: "O Espírito ofereceu a evidência, e foi de um só tipo: 'Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus' (exatamente como em At 2.4,11). A terceira e última ocorrência é o episódio que envolve os discípulos em Éfeso (At 19.1-6). Howard Ervin comenta: "A natureza evidenciai da glossolalia aqui é fortemente ressaltada pelo comentário de que 'o falar em outras línguas com profecia era prova indubitável externa de que o Espírito Santo viera sobre esses 12 discípulos efésios desinformados'".

Exegetas competentes, inclusive a maioria dos estudiosos não-pentecostais, reconhecem sem hesitação que Lucas fala da manifestação sobrenatural das línguas nos três casos. Os estudiosos pentecostais sustentam, ainda, que Lucas revela um padrão nos três casos - uma experiência distintiva no Espírito, evidenciada pelo falar em línguas. Conforme declara J. R. Williams, nos três casos, "falar em outras línguas era evidência nítida de que o Espírito Santo havia sido outorgado".

Os pentecostais acreditam também que as línguas, semelhantemente, manifestaram-se nas demais ocorrências de batismo inicial, em Atos, apenas Lucas preferiu não repetir os detalhes. Os pentecostais sustentam, por exemplo, que os crentes samaritanos (At 8.4-24) falaram em línguas como os 120 no dia de Pentecostes, os da casa de Cornélio e os discípulos efésios. Ervin formula a pergunta óbvia: "O que Simão viu, que o convenceu de terem os discípulos samaritanos recebido o Espírito Santo mediante a imposição das mãos de Pedro e de João?" Ervin cita vários estudiosos não-pentecostais que confirmam a sua resposta. "
O contexto justifica a conclusão de que esses convertidos samaritanos receberam o batismo no Espírito Santo depois da sua conversão, com a evidência provável do falar em outras línguas". F. F. Bruce parece concordar com isso, ao comentar a experiência dos samaritanos: "O contexto não deixa dúvida alguma de que o recebimento do Espírito foi acompanhado por manifestações externas, como as que haviam marcado a sua descida aos primeiros discípulos, no Pentecostes". Entre os estudiosos citados por Ervin está A. T. Robertson. Ele assevera que o texto, nesse caso, "demonstra claramente que os que receberam o dom do Espírito Santo falaram em línguas".

Os pentecostais sustentam que o falar em outras línguas era a experiência normal, esperada de todos os crentes neotestamentários batizados no Espírito Santo. Isto é, "a atividade primária consequente ao recebimento do Espírito Santo foi a de falar em línguas". Por causa disso, Lucas não via necessidade de ressaltar o falar em outras línguas cada vez que narrava uma nova ocorrência. Os leitores de Lucas deviam saber que os crentes falavam em outras línguas quando eram batizados no Espírito Santo. Por isso os pentecostais sustentam que não somente os convertidos samaritanos, mas também Paulo e outros que Lucas descreve, manifestaram a evidência inicial de falar em outras línguas. No caso de Paulo, ressaltam sua declaração aos coríntios de que falava em outras línguas (1 Co 14.18). Baseado nisso, Ervin apresenta um sólido argumento em favor de sua afirmação de que "Paulo também falava em outras línguas quando recebeu o dom pentecostal do Espírito Santo".


Resumindo: os pentecostais observam que, em alguns casos, Lucas descreve detalhadamente o batismo no Espírito Santo (os discípulos no dia de Pentecostes, Cornélio e os efésios). Em cada um desses casos, o falar em outras línguas é a evidência clara dessa experiência. Nos casos em que não menciona especificamente as línguas (por exemplo: os samaritanos e Paulo), estas eram manifestas, porém não havia necessidade de reiterar sempre os pormenores. Os pentecostais acreditam que o falar em línguas era a evidência inicial em todos os casos; sustentam que Lucas revelou um padrão consistente no período do Novo Testamento - uma experiência distintiva do batismo no Espírito Santo, separável da regeneração e evidenciada inicialmente pelo falar em outras línguas.


John W. Wyckoff
Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal – capítulo 13, pp. 447-449

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