Rádio Hinos Inspirados


segunda-feira, 3 de junho de 2013

QUEM É JESUS




João 8.58: "Disse-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou".

"Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz: João 18.37; Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" - João 14.6.


VERDADE: [Do lat. veritate.]
Substantivo feminino.
1. Conformidade com o real; exatidão, realidade; 2. Franqueza, sinceridade; 3. Coisa verdadeira ou certa; 4. Princípio certo; 5. Representação fiel de alguma coisa da natureza; 6. Caráter, cunho.
Verdade de razão: 1. Filos. Verdade necessária e cujo oposto é impossível.
Em verdade: 1. Conforme a verdade; verdadeiramente; na realidade; de verdade; na verdade.


"Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus" – Sl 90.12; "Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente": Hebreus 13.8. Não significa em primeiro lugar que Deus transcende o tempo, mas, sim, que é infindável no tempo – Stamps, 1995)



EXISTIR: [Do lat. existere, exsistere.]
Verbo intransitivo: O que exprime ação ou estado que não passa ou transita do sujeito a nenhum objeto.
1. Ter existência real; ser; haver; 2. Viver; estar; 3. Subsistir, durar;
Verbo predicativo: verbo de ligação:
4. Permanecer.


“Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós". (Êx 3.13,14)”.



- 70 vezes aparece o verbo ser no hebraico que pode ser traduzido por: ser, acontecer, existir (Mitchel, 1983).

- O nome EU SOU soa notavelmente próximo do verbo hebraico SER – HAVAH. É possivelmente uma combinação da forma verbal presente (EU SOU) e do causativo (EU CAUSO O EXISTIR). Yahweh, então, parece significar “EU SOU” e “EU CAUSO”. Deus é “Aquele que é” e “Aquele que causa” (Lucado, 2001).

- Este verbo (EU SOU), numa forma que produz o passado, presente e futuro ao mesmo tempo, dá o nome transliterado Jeová (Yahweh), que indica a natureza eterna e imutável de Deus (Shedd, 1997).

- ...o nome “Jeová” procede do verbo “ser”. A expressão “EU SOU O QUE SOU” revela o caráter de Deus como o Ser que tem existência própria, que é imutável e que causa todas as coisas, logo, o que existe por si mesmo: aquele que é, que era e o que há de vir, o Eterno (Soares, 2002).

- A expressão “EU SOU” significa uma existência que ultrapassa o tempo, e nesta declaração Jesus declarou ter a mesma divindade do grande “EU SOU”, o SENHOR (Jeová – grifo meu), cujo nome significava “aquele que existe eternamente” (Pearlman, 1995).

- Com tais declarações, identifica-se o Senhor Jesus com o Jeová do Antigo Testamento (Êx 3.14). Aliás, gramaticalmente, há uma correlação (relação mútua entre dois termos) muito forte entre ambas as declarações (Andrade, 1996).

- A expressão “EU SOU”, denota existência eterna absoluta (Ryrie, 1976, 1978).


PRECISAMOS DESTE DEUS:

1. IMUTÁVEL (Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos Malaquias 3.6; Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente: Hebreus 13.8.);

2. INCAUSADO (Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus – Salmos 90.12; E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele – Colossences 1.17).

3. INGOVERNADO (Quem guiou o Espírito do SENHOR? E que conselheiro o ensinou? – Isaías 40.13; sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas - Hebreus 1.3)



“EU SOU”
A Bíblia diz que somente o Deus Jeová, de Israel, é “Eu Sou” (Dt 32.39). O texto hebraico diz Ani Hu, “eu [sou] ele”, e aparece também em Isaías 41.4; 43.10; 46.4; 52.6. A Septuaginta traduziu essa expressão por ego eimi, “Eu Sou”, a mesma usada em João 8.58. Mesmo o texto hebraico do Novo Testamento traduz João 8.58 por Ani Hu. O “Eu Sou” de Êxodo 3.14 é ehyeh, em hebraico, Ehyeh Asher Ehyeh, ou seja, “eu sou o que sou”. A Septuaginta traduziu esta expressão por Ego Eimi ho On, ou seja, “Eu Sou o Ser”. Convém ainda salientar que o verbo “ser” está desprovido de tempo, não encerrando, portanto a idéia temporal. Com isso Jesus está afirmando que é Eterno. O conceito de tempo nesse texto recai sobre a palavra prin, que se traduz por “antes”, e o acentuado contraste entre os verbos gregos “existisse” (genesthai)” e eu “sou” (eimi) mostra que mesmo antes de Abraão existir Jesus já existia eternamente – Soares, 2002.


EU SOU NO ANTIGO TESTAMENTO


1. EU SOU O TEU ESCUDO - Gênesis 15.1
2. EU SOU O DEUS TODO-PODEROSO - Gênesis 17.1
3. EU SOU O DEUS DE BETEL - Gênesis 31.13
4. EU SOU O DEUS DE TEU PAI, O DEUS DE ABRAÃO, O DEUS DE ISAQUE E O DEUS DE JACÓ - Êxodo 3.6
5. EU SOU O QUE SOU - Êxodo 3.14
6. EU SOU O SENHOR - Êxodo 6.2
7. EU SOU O SENHOR, QUE TE SARA - Êxodo 15.26
8. EU SOU O SENHOR, TEU DEUS - Êxodo 20.2
9. EU SOU SANTO - Levítico 11.45
10. EU SOU O SENHOR QUE VOS SANTIFICA - Levítico 20.8
11. EU SOU DEUS - Salmos 46.10
12. EU SOU O PRIMEIRO E EU SOU O ÚLTIMO - Isaías 44.6
13. EU SOU O MESMO - Isaías 48.12
14. EU, EU SOU AQUELE QUE VOS CONSOLA - Isaías 51.12
15. EU SOU - Jeremias 1.8
16. Eis que EU SOU CONTRA os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com a sua vã jactância - Jeremias 23.31
17. EU SOU CONVOSCO - Jeremias 42.11
18. EU SOU O VOSSO MARAVILHOSO SINAL - 12.11
19. EU SOU O SENHOR JEOVÁ - Ezequiel 13.9
20. EU SOU GRANDE REI - Malaquias 1.14


EU SOU NO NOVO TESTAMENTO

- João registra por Vinte e Uma (21) a declaração “EGO EIMI” de Cristo Jesus. No Evangelho que escreveu, João procura mostrar, mostra e prova que Jesus é o Filho de Deus. Daí o fato de estarem registradas várias declarações do próprio Jesus acerca de quem Ele era. Através de “EGO EIMI”, aprendemos sobre: Sua natureza, caráter, poder e autoridade, ou seja, em tudo semelhante ao Pai: “Façamos o homem à nossa IMAGEM (o qual é IMAGEM do Deus invisível, o primogênito de toda a criação - Cl 1.15), conforme a nossa SEMELHANÇA”;

- Mateus registra Uma (01) vez apenas;

- Marcos Registra Duas (02) vezes.
 
Temos então, um total de 24 vezes em que Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador declara de si mesmo que Ele é semelhante (pessoa ou coisa da mesma natureza de outra, ou parecida com ela) ao Pai.


1. Jesus disse-lhe: Eu o sou (ego eimi), eu que falo contigo. João 4.26.
2. E Jesus lhes disse: Eu sou (ego eimi) o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. João 6.35.
3. Eu sou (ego eimi) o pão da vida. João 6.48.
4. Eu sou (ego eimi) o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. João 6.51.
5. Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou (ego eimi) a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. João 8.12.
6. Eu sou (ego eimi) o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me enviou. João 8.18.
7. Por isso, vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou (ego eimi), morrereis em vossos pecados. João 8.24.
8. Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, conhecereis quem eu sou (ego eimi) e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. João 8.28.
9. Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou (ego eimi). João 8.58.
10. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou (ego eimi) a porta das ovelhas. João 10.7.
11. Eu sou (ego eimi) a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. João 10.9.
12. Eu sou (ego eimi) o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. João 10.11.
13. Eu sou (ego eimi) o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. João 10.14.
14. Disse-lhe Jesus: Eu sou (ego eimi) a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; João 11.25.
15. Desde agora, vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou (ego eimi). João 13.19.
16. Disse-lhe Jesus: Eu sou (ego eimi) o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14.6.
17. Eu sou (ego eimi) a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. João 15.1.
18. Eu sou (ego eimi) a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. João 15.5.
19. Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu (ego eimi). E Judas, que o traía, estava também com eles. João 18.5.
20. Quando, pois, lhes disse: Sou eu (ego eimi), recuaram e caíram por terra. João 18.6.
21. Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu (ego eimi); se, pois me buscais a mim, deixai ir estes, João 18.8.
22. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu (ego eimi); não temais. Mateus 14.27.
23. Porque todos o viram e perturbaram-se; mas logo falou com eles e disse-lhes: Tende bom ânimo, sou eu (ego eimi); não temais. Marcos 6.50.
24. E Jesus disse-lhe: Eu o sou (ego eimi), e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Marcos 14.62.
25. Vós me chamais Mestre e Senhor (kurios – equivalente ao hebraico Iavé) e dizeis bem, porque eu o sou. João 13.13.


No Eterno,

Ir. Márcio Cruz

SALVAÇÃO – SUA ORIGEM E APLICAÇÃO







 SALVAÇÃO – Sua Origem e Aplicação

Por Norman Geisler






O pecado é uma pré-condição para a salvação; e a salvação não é necessária se não houver pecadores que necessitem dela. Quanto à origem da salvação, existe um consenso universal entre os teólogos ortodoxos: Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus.


A origem da salvação está na natureza de Deus, que é um Ser amoroso (na sua onibenevolência), já a base da vontade divina em salvar os seres humanos pecadores encontra-se na sua onipotência e na capacidade  concedida por Deus do livre-arbítrio humano.

Como Deus é amor, e pelo fato do amor não poder ser imposto sobre a parte amada (já que, como analisamos, um “amor forçado” seria uma contradição), foi necessário que, caso Deus desejasse amar e ser amado pelas suas criaturas, Ele as criasse livres.

Testemunhos à doutrina do livre-arbítrio humano (tanto anteriores, quanto posteriores à Queda) podem ser encontrados ao longo da história da igreja. Na verdade, com a exceção compreensível de Agostinho - no período posterior da sua vida - , praticamente todos os pais eclesiásticos mais influentes defenderam que a salvação é recebida por uma livre-decisão da parte dos seres humanos. E como Deus é todo-amoroso, Ele, necessariamente, ama a todos. E como o amor entre Deus e as suas criaturas é impossível sem uma livre-decisão (livre-arbítrio), ambas as partes precisam ser livres. Se Deus ama todas as suas criaturas de forma livre e não pode forçar o seu amor sobre elas, existe, portanto, uma condição para se receber este amor: o desejo de ser amado. Em suma, nem todos serão salvos porque nem todos desejam ser salvos (cf. Mt 23.37; 2 Pe 3.9).

Teologicamente, portanto, a salvação se origina na onibenevolência divina e é recebida mediante uma livre-decisão da parte dos seres humanos. A salvação é concedida por um ato de liberdade divina, e é recebida por um ato de liberdade. Francamente falando, este ato de liberdade conta com a ajuda da graça de Deus, mas a sua graça não efetua a salvação sem a cooperação da vontade humana.

A Origem dos Decretos Divinos

A origem da salvação é a vontade de Deus, que decretou desde a eternidade que providenciaria a salvação àqueles que cressem: “do SENHOR vem a salvação” (Jn 2.9).

Como declarou João, os crentes são “filhos [...] os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.13). Paulo acrescenta: “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Rm 9.16), pois “nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5). Em suma, a salvação se originou em uma decisão de Deus em nos salvar. De outra forma, ninguém jamais poderia ser resgatado.


A Condição do Conceder versus a Condição do Receber


De igual modo, é necessário que, diante das condições escolhidas por Deus para criar e salvar estas criaturas morais, Ele o faça de acordo com a liberdade que as concedeu.

Logo, não existe nenhuma condição para que Deus conceda a salvação, mas existe uma (e somente uma) condição proposta para se receber o dom da vida eterna: a fé (Atos 16.31; Rm 4.5; Ef 2.8-9). Portanto, o recebimento da salvação está condicionado ao nosso crer. A salvação é incondicional da perspectiva daquele que a concede, mas é condicional do ponto de vista daquele que a recebe (pois este precisa crer para recebê-la). Em suma, a salvação vem de Deus, mas a recebemos por meio da fé: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé” (Ef 2.8).

A Natureza da Graça: Favor Imerecido

A graça, portanto, é um favor imerecido. Aquilo pelo qual trabalhamos é considerado nossa conquista; mas aquilo pelo qual não trabalhamos, não é considerado nossa conquista. Como a salvação vem até nós sem a necessidade de qualquer tipo de obra da nossa parte, concluímos que não nos cabe qualquer mérito nela: a Salvação é “dom gratuito de Deus” (Rm 6.23). A graça salvífica de Deus é o favor imerecido que ele faz por nós.


A Relação entre a Graça e a Ira


Portanto, a rejeição da graça provoca a ira, e sua aceitação gera a salvação. Como já vimos, a exemplo de uma pessoa que se coloca debaixo de uma grande queda d’água como as de Foz do Iguaçu, ou do Niágara com uma xícara virada de cabeça para baixo, o vazio vem da rejeição da graça que é copiosamente derramada sobre a pessoa. Por meio de um simples ato de arrependimento (do ato de virarmos a “xícara” da alma com o lado certo para cima), poderemos receber as bênçãos que sobre nós são derramadas pelo copioso fluxo do amor de Deus.


Não Existe uma Ordem Lógica nos Decretos Divinos


Mas será que não existe, pelo menos, uma ordem lógica nos decretos divinos? Não do ponto de vista dele. Deus não pensa de maneira sequencial (isto é, de maneira discursiva, com uma ideia seguindo a outra). Ele conhece todas as coisas imediatamente e intuitivamente em Si mesmo, já que Ele é simples, eterno e imutável em seu Ser. E como tal, tudo o que Ele conhece e decide é conhecido e executado de maneira imediata e intuitiva, a partir da eternidade como um todo.


Existe uma Ordem Operacional nos Decretos Divinos


É claro que existe uma ordem operacional na execução dos decretos de Deus. Deus desejou eternamente que as coisas acontecessem em uma determinada sequência temporal (uma após a outra), da mesma forma que um médico deseja, antecipadamente, a cura do paciente ao prescrever-lhe, por exemplo, a ingestão de um comprimido por dia, pelo prazo de uma semana. Desse modo, Deus desejou, por exemplo, que a criação ocorresse antes da Queda, e que a salvação fosse proporcionada depois dela.

Não faz sentido falar de uma ordem lógica na mente de Deus, como se ele tivesse um pensamento sequencial a outro. Todos os pensamentos são conhecidos por Deus em uma “co-intuição” eterna. Na qualidade de Ser simples, Deus conhece todas as coisas de forma simples, motivo pelo qual a Bíblia fala de eleição como sendo “segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5; cf. 1 Pe 1.2) e não baseada em outros atributos, tampouco independente deles. Se fosse assim, haveria uma sequência lógica contraditória em um Deus que não apresenta multiplicidade, nem mesmo nos seus pensamentos.

A Salvação É Proporcionada a todos

A Bíblia e clara e enfática: o desejo de Deus e que todos sejam salvos e, por isso, ele disponibilizou a salvação para toda a humanidade. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida”. (Rm 5.18).

Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram” (2Co 5.14). “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nos a palavra da reconciliação” (2Co 5.19). Deus “quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.4). “Pois esperamos no Deus vivo, que e o Salvador de todos os homens, principalmente dos fieis” (1Tm 4.10). “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). “Aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2.9). “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2).

Desde toda a eternidade, portanto, Deus desejou proporcionar a salvação a toda a humanidade. Dessa forma, Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8; cf. Ef 1.4). A Salvação é aplicada aos que creem, entretanto, apesar da salvação ter sido proporcionada a todos, ela somente se aplica àqueles que creem. Algumas pessoas fazem a seguinte pergunta: “A quem se destinou a expiação?” Os calvinistas firmes respondem responderiam com um “por que”, se a expiação foi direcionada a todos, todos não são salvos. E como a intenção de um Deus soberano poderia ser frustrada?

Se, como argumenta um calvinista firme, a expiação foi direcionada somente a algumas pessoas (os eleitos), concluímos que ela é, portanto, limitada. Isto nos leva ao aparente dilema de que (1) ou a expiação foi direcionada a todos ou (2) ela foi direcionada somente a um grupo (o dos eleitos). Se a intenção foi que ela abarcasse a todos, então todos serão salvos (já que as intenções soberanas de Deus não podem ser frustradas), e se ela não abarcasse todos, ela, logicamente, foi direcionada somente a algumas pessoas (os eleitos). Portanto, aparentemente, ficamos com duas opções: ou o “Universalismo” e verdadeiro ou o e a “expiação limitada” (vide Sproul, CG, 205).

É claro que, tanto os calvinistas moderados, quanto os arminianos tradicionais negam o “Universalismo.” Assim, em resposta ao suposto problema, basta apontarmos que este argumento contém um falso dilema. Existe uma terceira alternativa: a expiação teve a intenção de proporcionar (oferecer) a salvação para todos, bem como aplicar a salvação a todos os que crerem.

Em suma, o problema é uma falsa dicotomia, a qual assume, erroneamente, que (1) houve somente uma intenção na expiação, ou (2) que o propósito único da expiação foi aplicar a salvação aos eleitos. Na verdade, como Deus também queria que todos viessem a crer, Ele também teve intenção de que Cristo morresse para proporcionar a salvação a todas as pessoas. A alternativa — da expiação limitada — leva a negação de que Deus verdadeiramente queria que todas as pessoas fossem salvas — uma concepção que contraria a sua onibenevolência, tal qual esta é revelada nas páginas das Sagradas Escrituras.

A salvação, portanto, foi proporcionada a todos, mas se aplica somente aqueles que creem. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; e dom de Deus” (Ef 2.8). “A justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem” (Rm 3.22). Como também já estudamos, nós somos “justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue” (Rm 3.24,25).