Uma experiência assim tão grandiosa e importante como o batismo no Espírito Santo sem dúvida será acompanhada de evidências indiscutíveis, a fim de que aquele que recebe não tenha qualquer incerteza quanto a ter recebido realmente a promessa do Pai. Uma parte das evidências manifesta-se imediatamente, enquanto outras continuam numa base permanente à medida que a pessoa anda na plenitude do Espírito.
1. Evidências imediatas
a) Falar em outras línguas conforme concedido pelo Espírito (At 2.4; 10.44-46; 19.6). A questão da evidência inicial da recepção do dom do Espírito Santo é da máxima importância para todos os que desejam ser cheios com o Espírito. É lógico que a experiência sobrenatural do batismo no Espírito Santo seja acompanhada por algum sinal definido e indiscutível, mediante o qual o indivíduo tenha certeza de tê-lo recebido. Existem muitas operações do Espírito, mas um só batismo no Espírito Santo. Se não houvesse qualquer evidência sobrenatural específica do batismo no Espírito Santo pela qual ele pudesse ser distinguido de todas as outras operações do Espírito, como alguém poderia ter certeza da sua experiência? Acreditamos que a evidência inicial do batismo no Espírito Santo seja falar em outras línguas, segundo o Espírito concede. A evidência da plenitude do Espírito no dia de Pentecostes foi a de falar em outras línguas, conforme concessão do Espírito. "Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem" (At 2:4). A manifestação do Espírito no dia de Pentecostes foi o derramamento original para dar poder à igreja. Esse foi o padrão da experiência pentecostal. O que os discípulos fizeram ao serem cheios pela primeira vez, podemos esperar que todos os que sejam cheios nesse mesmo sentido também façam. Desde que o propósito da unção era dar poder para testemunhar, não é surpreendente que o sinal da experiência fosse manifestado em suas palavras.
Além do derramamento inicial do Espírito, como registrado em Atos 2.4, temos o relato da recepção do Espírito pelos crentes na casa de Cornélio, dado em Atos 10.44-46a:
"Ainda Pedro falava estas cousas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus."
É interessante e importante notar como os judeus que acompanharam Pedro reconheceram que aqueles gentios haviam recebido a experiência do Espírito Santo que os discípulos também haviam recebido no dia de Pentecostes. A Escritura diz que sabiam porque "os ouviam falando em línguas". Este versículo diz literalmente: "pois os ouviam continuando a falar em línguas". O falar em línguas não constituía uma breve confusão de sílabas, mas o falar fluente de um idioma que surpreendeu os ouvintes. Se os presentes ficaram convencidos de que os gentios tiveram uma experiência com o Espírito Santo equivalente à dos judeus pelo fato de falarem em línguas, então as línguas devem ser o sinal indiscutível ou a evidência inicial da experiência pentecostal. É possível saber hoje que o batismo é uma experiência pentecostal legítima, equivalente à dos discípulos, quando alguém fala outras línguas pelo poder do Espírito. O indivíduo não busca o falar em línguas, mas o Espírito propriamente dito; todavia, ele busca um sinal que o certifique de ter sido cheio à maneira bíblica.
Um terceiro registro dos crentes receberem a plenitude do Espírito, onde é especificamente mencionado que falaram em línguas, está registrado em Atos 19.6: "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam." Isto ocorreu na cidade de Éfeso. A teoria defendida por alguns é que a unção do Espírito com a evidência do falar em outras línguas só foi dada quando um novo grupo racial aceitou o evangelho, tal como os judeus no Pentecostes, os samaritanos no reavivamento feito por Filipe e os gentios na casa de Cornélio. Mas esta teoria se anula aqui em Atos 19.6, onde não pode ser distinguido qualquer grupo étnico novo. O mesmo poderia ser dito a respeito dos coríntios, que evidentemente falavam em línguas.
Dois pensamentos devem ser observados neste ponto. Inicialmente, o primeiro e o último relatos bíblicos da recepção do Espírito Santo (At 2:4; 19:6) mencionam que os receptores falaram em línguas. Segundo, em cada registro de derramamentos do Espírito Santo, onde qualquer sinal é mencionado, a ideia inclui línguas. Onde não se fala em sinais, há evidência bastante forte de que os receptores fizeram isso.
A Pentecostal Fellowship of North America é uma associação de vinte e duas grandes denominações pentecostais dos Estados Unidos. A declaração de fé, com a qual todos os grupos-membros devem concordar, tem como quinto ponto: ״Cremos que o evangelho pleno inclui santidade de coração e vida, cura para o corpo e o batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial de falar em outras línguas, segundo concedido pelo Espírito."
Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave
Fundamentos da Teologia Pentecostal, Volume II, capítulo I, seção IV, letra H, páginas 80-83
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