Rádio Hinos Inspirados


sexta-feira, 27 de setembro de 2019

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 05



Todos os casos de batismos com o Espírito Santo relatados no livro de Atos, constituem uma sólida base para a afirmação de que o falar em línguas estranhas é a evidência física inicial de que o crente foi batizado com o Espírito Santo. Detenhamo-nos um pouco em analisar os cinco casos distintos como são apresentados no referido livro.

a. No dia de Pentecoste. “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. At 2.4.

Essa foi a primeira manifestação do Espírito Santo, após Jesus ter dito: "... e vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”, At 1.5.

A demonstração comum ou evidência física inicial de que todos foram cheios do Espírito Santo, foi que todos falaram em línguas estranhas; línguas que não haviam aprendido, faladas, portanto, pela operação sobrenatural do Espírito Santo.

[...]

d. Em casa do centurião Cornélio. “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus”, At 10.44-46.

Foi a ênfase dada por Pedro e seus companheiros a que os gentios em Cesaréia haviam recebido o dom do Espírito Santo da mesma forma como os quase cento e vinte no dia de Pentecoste, que apaziguou o ânimo dos apóstolos em Jerusalém, de sorte que disseram: “Na verdade até aos gentios deu Deus arrependimento para a vida!" At 11.18.

e. Sobre os discípulos em. Éfeso. “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam”. At 19.6.

Observe: vinte anos após o dia de Pentecoste, o batismo com o Espírito Santo ainda era acompanhado com a evidência inicial de falar línguas estranhas. Esta evidência satisfazia não só a um dos requisitos da doutrina apostólica quanto à manifestação do Espírito Santo, como também cumpria parte da palavra de Jesus em Marcos 16.17:

Estes sinais seguirão aos que crêem: ...falarão novas línguas”.

Crisóstomo, um dos grandes mestres da Igreja antiga, afirmou, muitos anos após os dias de Paulo:

Quem quer que fosse batizado nos dias apostólicos, logo falava línguas: recebiam eles o Espírito Santo”.

Também o grande mestre Myer Pearlman disse mais recentemente:

O batismo com o Espírito Santo nos tempos apostólicos era uma experiência na qual o Espírito de Deus fazia tal impacto direto e poderoso sobre o espírito do homem, que resultava num estado de êxtase e, naquele estado estático, uma pessoa falava extaticamente numa linguagem que jamais aprendera. Quando o mesmo Espírito de Deus realiza o mesmo impacto sobre nós, hoje, como ele fazia sobre aqueles primeiros discípulos, nós também experimentamos o mesmo estado estático e a mesma linguagem estática.”

A experiência do batismo com o Espírito Santo, como a da salvação, é uma experiência definida na vida do crente. E o falar em outras línguas no ato do batismo com o Espírito Santo, não só o define como um fato marcante, mas também transforma-o num capítulo a mais na vida do cristão.



Raimundo Ferreira de Oliveira
A Doutrina Pentecostal Hoje, capítulo 2, páginas 31-33

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 04





Uma experiência assim tão grandiosa e importante como o batismo no Espírito Santo sem dúvida será acompanhada de evidências indiscutíveis, a fim de que aquele que recebe não tenha qualquer incerteza quanto a ter recebido realmente a promessa do Pai. Uma parte das evidências manifesta-se imediatamente, enquanto outras continuam numa base permanente à medida que a pessoa anda na plenitude do Espírito.

1. Evidências imediatas

a) Falar em outras línguas conforme concedido pelo Espírito (At 2.4; 10.44-46; 19.6). A questão da evidência inicial da recepção do dom do Espírito Santo é da máxima importância para todos os que desejam ser cheios com o Espírito. É lógico que a experiência sobrenatural do batismo no Espírito Santo seja acompanhada por algum sinal definido e indiscutível, mediante o qual o indivíduo tenha certeza de tê-lo recebido. Existem muitas operações do Espírito, mas um só batismo no Espírito Santo. Se não houvesse qualquer evidência sobrenatural específica do batismo no Espírito Santo pela qual ele pudesse ser distinguido de todas as outras operações do Espírito, como alguém poderia ter certeza da sua experiência? Acreditamos que a evidência inicial do batismo no Espírito Santo seja falar em outras línguas, segundo o Espírito concede. A evidência da plenitude do Espírito no dia de Pentecostes foi a de falar em outras línguas, conforme concessão do Espírito. "Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem" (At 2:4). A manifestação do Espírito no dia de Pentecostes foi o derramamento original para dar poder à igreja. Esse foi o padrão da experiência pentecostal. O que os discípulos fizeram ao serem cheios pela primeira vez, podemos esperar que todos os que sejam cheios nesse mesmo sentido também façam. Desde que o propósito da unção era dar poder para testemunhar, não é surpreendente que o sinal da experiência fosse manifestado em suas palavras.

Além do derramamento inicial do Espírito, como registrado em Atos 2.4, temos o relato da recepção do Espírito pelos crentes na casa de Cornélio, dado em Atos 10.44-46a:

"Ainda Pedro falava estas cousas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus."

É interessante e importante notar como os judeus que acompanharam Pedro reconheceram que aqueles gentios haviam recebido a experiência do Espírito Santo que os discípulos também haviam recebido no dia de Pentecostes. A Escritura diz que sabiam porque "os ouviam falando em línguas". Este versículo diz literalmente: "pois os ouviam continuando a falar em línguas". O falar em línguas não constituía uma breve confusão de sílabas, mas o falar fluente de um idioma que surpreendeu os ouvintes. Se os presentes ficaram convencidos de que os gentios tiveram uma experiência com o Espírito Santo equivalente à dos judeus pelo fato de falarem em línguas, então as línguas devem ser o sinal indiscutível ou a evidência inicial da experiência pentecostal. É possível saber hoje que o batismo é uma experiência pentecostal legítima, equivalente à dos discípulos, quando alguém fala outras línguas pelo poder do Espírito. O indivíduo não busca o falar em línguas, mas o Espírito propriamente dito; todavia, ele busca um sinal que o certifique de ter sido cheio à maneira bíblica.

Um terceiro registro dos crentes receberem a plenitude do Espírito, onde é especificamente mencionado que falaram em línguas, está registrado em Atos 19.6: "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam." Isto ocorreu na cidade de Éfeso. A teoria defendida por alguns é que a unção do Espírito com a evidência do falar em outras línguas só foi dada quando um novo grupo racial aceitou o evangelho, tal como os judeus no Pentecostes, os samaritanos no reavivamento feito por Filipe e os gentios na casa de Cornélio. Mas esta teoria se anula aqui em Atos 19.6, onde não pode ser distinguido qualquer grupo étnico novo. O mesmo poderia ser dito a respeito dos coríntios, que evidentemente falavam em línguas.

Dois pensamentos devem ser observados neste ponto. Inicialmente, o primeiro e o último relatos bíblicos da recepção do Espírito Santo (At 2:4; 19:6) mencionam que os receptores falaram em línguas. Segundo, em cada registro de derramamentos do Espírito Santo, onde qualquer sinal é mencionado, a ideia inclui línguas. Onde não se fala em sinais, há evidência bastante forte de que os receptores fizeram isso.

A Pentecostal Fellowship of North America é uma associação de vinte e duas grandes denominações pentecostais dos Estados Unidos. A declaração de fé, com a qual todos os grupos-membros devem concordar, tem como quinto ponto: ״Cremos que o evangelho pleno inclui santidade de coração e vida, cura para o corpo e o batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial de falar em outras línguas, segundo concedido pelo Espírito."



Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave
Fundamentos da Teologia Pentecostal, Volume II, capítulo I, seção IV, letra H, páginas 80-83



LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 03



Uma importante questão é saber se a pessoa foi realmente batizada no Espírito Santo. Seria ideal que o crente cheio do Espírito Santo apresentasse muitas evidências de sua condição. Entretanto, não estamos discutindo os resultados a longo prazo do batismo no Espírito, mas o testemunho imediato da própria experiência. Tem Deus provido tal indicador? Se o livro de Atos não é somente descritivo, mas possui um propósito teológico, e se a experiência da Igreja Primitiva, com seus registros, é realmente normativa (ver Roger Stronstad, The Charismatic Theology of St. Luke, Peabody, Mass.: Hendrickson Publishers, 1984) para a Igreja de todos os séculos, então a resposta é um retumbante “SIM!”

No dia de Pentecoste, dois sinais antecederam o derramamento do Espírito Santo. Ouviu-se “um som, como de um vento veemente e impetuoso” e “foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.2,3). Esses sinais particulares não se repetiram em experiências posteriores de batismo no Espírito Santo. Um sinal, entretanto, fazia parte real do batismo pentecostal: todos quantos foram cheios com o Espírito Santo “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Essas “línguas” eram idiomas que eles nunca tinham aprendido, distribuídas individualmente, à parte da compreensão de cada um. Alguns dos presentes, que compreendiam os idiomas, reconheceram que eles estavam declarando “as grandezas de Deus” (At 2 .11). Esse sinal foi o mais espetacular dos fenômenos do dia de Pentecoste, e repetiu-se por várias vezes, duas das quais são registradas no livro de Atos (10.46 e 19.6).

É de especial importância o episódio ocorrido na casa de um centurião romano, Cornélio. Ali, por causa dos entranhados preconceitos dos judeus contra os gentios, fazia-se necessária uma evidência convincente. E somente uma evidência demonstrou que aqueles gentios haviam recebido “o dom do Espírito Santo”: os espantados crentes judeus ouviram-nos “falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46), exatamente como acontecera no dia de Pentecoste (At 2.4,11). Mais tarde, ao ser criticado por haver entrado na casa de um gentio e comido com eles, tendo comunhão em torno da mesa, Pedro explicou: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.15-17). O versículo seguinte mostra-nos que os apóstolos e outros crentes judeus aceitavam o falar em línguas como evidência convincente do batismo no Espírito Santo: “E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (At 11.18). Por certo, numa época em que muitos pensam, esperam, acreditam e se maravilham com o batismo no Espírito, uma evidência convincente continua sendo necessária.

Alguns anos mais tarde, em Éfeso, os gentios receberam a experiência pentecostal, e “falavam em línguas e profetizavam” (At 19.6). Repete-se, mais uma vez, a completa experiência do batismo no Espírito Santo. O grego normalmente subentende que eles continuaram a falar em línguas e a profetizar. “O falar em línguas... continua a trazer enriquecimento ao crente individualmente, em suas devoções pessoais, e à congregação, quando acompanhado pela interpretação de línguas” (Where We Stand, Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1990, pág. 147).

Se todas as referências à concessão pentecostal, no livro de Atos, forem reunidas em um único bloco, não haverá mais dúvidas de que as línguas são a evidência inicial e física do batismo no Espírito Santo. Visto que reconhecemos nas descrições históricas do livro de Atos um propósito teológico e a intenção de ser exemplo para a Igreja hoje, temos nele um forte fundamento para acreditar que os crentes que eram cheios do Espírito Santo esperavam a evidência do falar em línguas.


William W. Menzies e Stanley Horton
Doutrinas Bíblicas – Uma Perspectiva Pentecostal, capítulo 8, páginas 141-144

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 02




Como sabemos que a pessoa recebeu revestimento "carismático" do Espírito Santo? Em outras palavras: Qual é a evidência de que a pessoa recebeu o batismo no Espírito Santo? A questão não se resolve pelos quatro Evangelhos, porque estes contêm profecias da vinda do Espírito, e uma profecia toma-se clara somente pelo seu cumprimento; nem tampouco se resolve pelas Epístolas, porque em sua maioria são instruções pastorais às igrejas estabelecidas nas quais o poder do Espírito com suas manifestações exteriores era considerado como a experiência normal de todo cristão. É, portanto, evidente que o assunto deve decidir-se pelo livro de Atos dos Apóstolos que registra muitos casos de pessoas que receberam o batismo no Espírito e descreve os resultados que se seguiram.

Admitimos que em todos os casos mencionados no livro de Atos, os resultados do revestimento não são registrados; mas onde os resultados que se seguiram são descritos, sempre houve uma expressão imediata, sobrenatural, e exterior, convincente, não somente para quem recebeu, mas também para os outros presentes, em que um poder divino dominava essa pessoa; e em todos os casos houve um falar estático numa língua que essa pessoa nunca havia aprendido. Será essa declaração meramente a interpretação particular de um grupo religioso ou é reconhecida por outros grupos? O Dr. Rees, teólogo inglês de ideias liberais, escreve: "A glossolalia (o falar em línguas) era o dom mais evidente e popular dos primeiros anos da igreja. Parece que foi o acompanhamento regular e a evidência da descida do Espírito Santo sobre os crentes".

O Dr. G. B. Stevens, da Universidade de Yale, em seu livro "Teologia do Novo Testamento", escreve: "O Espírito era considerado como dom especial que nem sempre acompanhava o batismo e a fé. Os samaritanos não foram batizados com o Escrito Santo quando creram na Palavra de Deus. Eles haviam crido e foram batizados, mas foi somente quando Pedro e João impuseram as mãos sobre eles que o dom do Espírito foi derramado. Evidentemente, aqui se vê algum revestimento ou experiência especial". Comentando Atos 19:1-7, ele escreve: não somente não receberam o Espírito Santo quando creram, nem mesmo depois que foram batizados em nome de Cristo, mas unicamente quando Paulo impôs as mãos sobre eles é que veio o Espírito Santo e falaram em línguas e profetizaram. Aqui fica óbvio que o dom do Espírito é considerado como sinônimo do carisma estático (revestimento espiritual) de falar em línguas e profetizar.

O Dr. A. B. MacDonald, ministro escocês, presbiteriano, afirma: "A crença da igreja acerca do Espírito surgiu de um fato que ela experimentou. Os discípulos, bem cedo em sua carreira, notaram um novo poder que operava dentro deles. No princípio, essa manifestação mais extraordinária foi "falar em línguas", o poder de expressão oral estática numa língua não inteligível. Tanto esses que eram tomados por esse poder, como também os que viam e ouviam suas manifestações foram convencidos de que um poder superior atingira suas vidas, dotando-os de capacidades de expressão e de outros dons, que pareciam ser algo diferente, e não apenas uma intensificação da capacidade que já possuíam. Pessoas que até então não pareciam ser nada além do comum, repentinamente se tornaram capazes de orar e de se expressar veementemente, em atitudes sublimes nas quais era manifesto que conversavam com o Invisível."

Ele declara que o falar em línguas "parece ter sido o que mais atraia, e a manifestação mais proeminente do Espírito, no princípio".



Myer Pearlman
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, capítulo 9, páginas 312-314.

OS ARGUMENTOS PAULINOS




A característica mais marcante que eu encontro em Paulo e em seus escritos e ensinos (são 13 cartas), buscando o desenvolvimento sadio da Noiva de Cristo, e que em anos-luz de distância ele supera os teólogos da história e principalmente os atuais, é o uso sobejante que ele faz das referências Escriturísticas (afinal, Escrituras era o termo usado, e não Bíblia).

Paulo procurava não apoiar a sua doutrina no que disse A, B, ou C, mas no que “Assim, disse o Senhor”. Tanto é que ele ao escrever aos cristãos em Corinto, ele diz: “Irmãos, quando estive com vocês, anunciando-lhes o mistério de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé que vocês têm não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus.” 1Co 2.1,4,5.

Irmão, você é contra a Teologia?

Respondo com outra pergunta: Diante do texto bíblico que escrevi acima (e foi Paulo quem disse), Paulo era contra o estudo sistemático das Escrituras?

Pois bem!

Precisamos reconhecer um inconteste fato: Atualmente e infelizmente, a Bíblia tornou-se peso dois. Uma prova disso? Verifique as discussões atuais. Elas sempre buscam chancela no que disse A, B ou C, não no que (como disse Jesus – Mt 4.4,7,10; Lc 4.4,8,10) “ESTÁ ESCRITO”.

Voltando a Paulo... Ele era um homem de um conhecimento incrível, uma piedade muito acima da nossa, mas mesmo assim, preferiu descansar nAquele que detém toda a sabedoria (Rm 11.33). E por que ele não procurou apoiar-se no que diziam os sábios judeus e seus antepassados com seus escritos e ensinamentos? Por que ele fazia uso exclusivo das Escrituras para ensinamento do povo de Deus?

A resposta pode ser encontrada justamente no texto que escrevi mais acima, as palavras que Paulo disse aos coríntios: para que a fé deles não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus.

Volto a dizer que não tenho nada contra o estudo bíblico e teológico acerca de Deus e Seu Reino. Eu mesmo tenho duas estantes cheias de livros e tantos outros mais em meu computador, e os utilizo com frequência. O que não dá pra aceitar é ver pessoas querendo empurrar o que A, B ou C disseram por que eles são/eram os caras, os doutores, os paladinos da letra, como se eles fossem a autoridade final sobre todo e qualquer assunto.

Lembram de Lutero? Pois bem. A Reforma saiu como? Porque ele seguiu as Bulas, as orientações do Pontífice, os Concílios?

E quando na Dieta de Worms? Ele recorreu a que em sua defesa? Relembremos suas palavras: “Caso não for convencido por testemunhos da Escritura e por motivos racionais evidentes - pois não creio nem no Papa nem nos Concílios, pois é evidente que erraram muitas vezes e se contradisseram -, estou convencido, pelas passagens da Sagrada Escritura que mencionei, e minha consciência está presa à Palavra de Deus.”

Voltando a Paulo mais uma vez... Por que Paulo não usa dos argumentos e ensinos do Talmud, Targuns, apócrifos e outros tantos para servir de base à sua doutrina? Pelo simples fato de que ele sabia que as ÚNICAS palavras que não passam, mas permanecem para sempre, são AS Palavras do Senhor, porque Ele é Fiel (Sl 145.13; Mt 24.35) Glória a Deus por isso!!!

Claro e creio que auxílios bibliográficos tem seu valor, mas até quanto esse valor pode ser medido? Jesus, certa vez, teve que que repreender alguns por colocarem a tradição humana acima do mandamento de Deus (Mc 7.8).

Não estariam alguns incorrendo no mesmo problema, ao colocar as Escrituras sob o escrutínio humano, quando na verdade deveria ser justamente o oposto?

Aprendamos mais com Paulo, que soube dar o devido valor às Escrituras e dElas se utilizava a todo instante e conseguiu estabelecer a mais rica e linda doutrina que existe no mundo: a Doutrina do Senhor da Glória e Seu Reino!


Mas irmão, e os livros que eu tenho? E os demais escritores?

Bom, volte a ler tudo o que escrevi. Faça isso tantas e quantas vezes forem necessárias e, se ainda assim não entender, sugiro que desça à casa do Oleiro e lá, ouça as palavras DELE!!!


Nos Laços do Calvário,

Ir. Márcio da Cruz





domingo, 22 de setembro de 2019

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL Parte 01




Os pentecostais acreditam que sua conclusão a respeito de serem as línguas evidência física inicial do batismo no Espírito Santo baseia-se nas Escrituras, especialmente em Atos dos Apóstolos. Nos três casos onde Lucas registra pormenores de como os indivíduos receberam o batismo no Espírito Santo, o falar em outras línguas fica claramente em evidência. No dia de Pentecostes, os 120 falaram em línguas - glossolalia - as quais não dominavam em circunstâncias normais (At 2.4). Declara Ralph M. Riggs: "Esse falar em outras línguas veio, então, a ser o sinal e evidência de que o Espírito Santo descera sobre os cristãos neotestamentários". Caso nítido é o incidente de Cornélio (At 10.44-46). Horton observa: "O Espírito ofereceu a evidência, e foi de um só tipo: 'Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus' (exatamente como em At 2.4,11). A terceira e última ocorrência é o episódio que envolve os discípulos em Éfeso (At 19.1-6). Howard Ervin comenta: "A natureza evidenciai da glossolalia aqui é fortemente ressaltada pelo comentário de que 'o falar em outras línguas com profecia era prova indubitável externa de que o Espírito Santo viera sobre esses 12 discípulos efésios desinformados'".

Exegetas competentes, inclusive a maioria dos estudiosos não-pentecostais, reconhecem sem hesitação que Lucas fala da manifestação sobrenatural das línguas nos três casos. Os estudiosos pentecostais sustentam, ainda, que Lucas revela um padrão nos três casos - uma experiência distintiva no Espírito, evidenciada pelo falar em línguas. Conforme declara J. R. Williams, nos três casos, "falar em outras línguas era evidência nítida de que o Espírito Santo havia sido outorgado".

Os pentecostais acreditam também que as línguas, semelhantemente, manifestaram-se nas demais ocorrências de batismo inicial, em Atos, apenas Lucas preferiu não repetir os detalhes. Os pentecostais sustentam, por exemplo, que os crentes samaritanos (At 8.4-24) falaram em línguas como os 120 no dia de Pentecostes, os da casa de Cornélio e os discípulos efésios. Ervin formula a pergunta óbvia: "O que Simão viu, que o convenceu de terem os discípulos samaritanos recebido o Espírito Santo mediante a imposição das mãos de Pedro e de João?" Ervin cita vários estudiosos não-pentecostais que confirmam a sua resposta. "
O contexto justifica a conclusão de que esses convertidos samaritanos receberam o batismo no Espírito Santo depois da sua conversão, com a evidência provável do falar em outras línguas". F. F. Bruce parece concordar com isso, ao comentar a experiência dos samaritanos: "O contexto não deixa dúvida alguma de que o recebimento do Espírito foi acompanhado por manifestações externas, como as que haviam marcado a sua descida aos primeiros discípulos, no Pentecostes". Entre os estudiosos citados por Ervin está A. T. Robertson. Ele assevera que o texto, nesse caso, "demonstra claramente que os que receberam o dom do Espírito Santo falaram em línguas".

Os pentecostais sustentam que o falar em outras línguas era a experiência normal, esperada de todos os crentes neotestamentários batizados no Espírito Santo. Isto é, "a atividade primária consequente ao recebimento do Espírito Santo foi a de falar em línguas". Por causa disso, Lucas não via necessidade de ressaltar o falar em outras línguas cada vez que narrava uma nova ocorrência. Os leitores de Lucas deviam saber que os crentes falavam em outras línguas quando eram batizados no Espírito Santo. Por isso os pentecostais sustentam que não somente os convertidos samaritanos, mas também Paulo e outros que Lucas descreve, manifestaram a evidência inicial de falar em outras línguas. No caso de Paulo, ressaltam sua declaração aos coríntios de que falava em outras línguas (1 Co 14.18). Baseado nisso, Ervin apresenta um sólido argumento em favor de sua afirmação de que "Paulo também falava em outras línguas quando recebeu o dom pentecostal do Espírito Santo".


Resumindo: os pentecostais observam que, em alguns casos, Lucas descreve detalhadamente o batismo no Espírito Santo (os discípulos no dia de Pentecostes, Cornélio e os efésios). Em cada um desses casos, o falar em outras línguas é a evidência clara dessa experiência. Nos casos em que não menciona especificamente as línguas (por exemplo: os samaritanos e Paulo), estas eram manifestas, porém não havia necessidade de reiterar sempre os pormenores. Os pentecostais acreditam que o falar em línguas era a evidência inicial em todos os casos; sustentam que Lucas revelou um padrão consistente no período do Novo Testamento - uma experiência distintiva do batismo no Espírito Santo, separável da regeneração e evidenciada inicialmente pelo falar em outras línguas.


John W. Wyckoff
Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal – capítulo 13, pp. 447-449