Rádio Hinos Inspirados


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O FRUTO DO ESPÍRITO






Afinal... que é o fruto do Espírito? - É a expressão da natureza e caráter de Cristo através do crente. É a reprodução da vida de Cristo no crente. Sendo Ele o original - o crente, a cópia!”.

 





Gálatas 5.22-25 (NVI, ARA, KJA, BJ, ARC, ARM1967, ACF2007, LTT2009)

“Mas o fruto do Espírito é:
1. Amor (caridade),
2. Gozo (alegria),
3. Paz,
4. Longanimidade (paciência),
5. Benignidade (amabilidade, delicadeza, afabilidade),
6. Bondade (benevolência),
7. Fé (fidelidade),
8. Mansidão (humilde, humildade),
9. Temperança (domínio próprio, domínio de si, autocontrole).
Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”.
 

Uma vez que fruto está no singular, tudo indica que as seguintes características são vistas como uma unidade harmoniosa. Trata-se de um prisma multifacetado que exibe sua beleza de formas diversas, porém integradas. Fruto (22) é o sinal certo da vida saudável da árvore, e "o Fruto do Espírito" é a linda, calma e sempre progressiva manifestação por meio da conduta, e até à idade avançada (Sl 92.14), daquela nova vida que foi comunicada por Deus. Paulo não escreve sobre "frutos" e, sim, sobre "fruto"; cf. "fruto da justiça" (Fp 1.11, gr. καρπος - karpos) e "fruto da luz" (Ef 5.9, gr. καρπος - karpos). Um belo cacho de nove variedades de fruto é aqui descrito. "Semelhante à cadeia das graças, em 2Pe 1.5-7, todas estas variedades estão ligadas como que para sugerir que a ausência de qualquer delas significa a anulação de todas" (artigo "Fruit", em H. A. C.). A tríplice classificação feita por Lightfoot, em Hábitos Mentais, Qualidades Sociais e Princípios Gerais de Conduta, uma vez mais é de grande ajuda:

1. HÁBITOS MENTAIS (22). Amor. O Espírito Santo inspira na alma aquele amor a Deus e aos homens que é o cumprimento da lei (cf. v14). Examinar o admirável elogio de Paulo ao amor, em 1Co 13. Alegria. Profundo regozijo de coração, tal como as bebedeiras e outras obras da carne jamais podem produzir. Essa alegria é a alegria "no Senhor" (Fp 4.4), e não por causa das circunstâncias. Paz. O senso de harmonia no coração no que tange a Deus e ao homem, aquela paz de Deusque guarda o coração contra todas as preocupações e temores que pretendem invadi-lo (Fp 4.7).

2. QUALIDADES SOCIAIS (22). Longanimidade. Paciência passiva debaixo das injúrias ou danos sofridos. Benignidade. A bondosa disposição para com o próximo. Bondade. Beneficência ativa, sendo assim um passo além da benignidade. Nenhum tributo mais excelente poderia ser pago a Barnabé do que ter sido dito dele que era "homem bom", e isso por estar "cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11.24).
 
3. PRINCÍPIOS GERAIS DE CONDUTA (22-23). Fidelidade; cf. Tt 2.10, onde a palavra é também assim traduzida. Algumas versões dizem "fé"; mas certamente esta versão (fidelidade) é mais correta. Mansidão. O temperamento (especialmente o cristão) de não defender com unhas e dentes os próprios direitos. Nosso Senhor associa benção a essa virtude (Mt 5.5), sendo um de Seus próprios atributos (Mt 11.29 e 2Co 10.1). Domínio próprio. Geralmente traduzido por "temperança" noutras versões; "autocontrole". A ideia sugerida é a do indivíduo que sabe controlar firmemente seus desejos e paixões; a palavra ocorre em At 24.25 e 2Pe 1.6.
 

Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “O FRUTO DO ESPÍRITO”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).

O fruto do Espírito inclui:

1. “AMOR” (gr. agápe - αγαπη), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14). O termo do Novo Testamento não trata de uma palavra de uso comum no grego clássico. Em grego há quatro termos para amor.
a. Eros é o amor de um homem a uma mulher; é o amor imbuído de paixão. O termo não se emprega no Novo Testamento.
b. Filia é o amor para com nossos próximos e familiares; é algo do coração e seus sentimentos.
c. Storge significa, antes, afeto, e se aplica particularmente ao amor de pais e filhos.
d. Agápe é o termo cristão, e realmente significa benevolência invencível. Significa que nada que alguém possa nos fazer por meio de insultos, injúrias ou humilhações nos forçará a buscar outra coisa senão o maior bem do mesmo. Portanto, é um sentimento tanto da mente como do coração; corresponde tanto à vontade como às emoções. O termo descreve o esforço deliberado — que só podemos realizar com a ajuda de Deus — de não buscar jamais outra coisa senão o melhor, até para aqueles que buscam o pior para nós.
 
2. “ALEGRIA” (gr. chara - χαρα), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bençãos, nas promessas e na presença de Deus, bençãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl 119.14,16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8). Não é a alegria que provém de coisas terrenas ou triunfos fúteis; muito menos o que tem sua fonte no triunfo sobre alguém com quem se esteve em rivalidade ou competição. É, antes, a alegria que tem Deus como fundamento.
 
3. “PAZ” (gr. eirene - ειρηνη), i.e., a quietude de coração e mente baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20). O grego coloquial contemporâneo desta palavra (eirene) tem dois usos interessantes. Aplica-se à tranquilidade e serenidade que goza um país sob o governo justo e benéfico de um bom imperador. E se usa para a boa ordem de um povoado ou uma aldeia. Nas aldeias havia um funcionário chamado superintendente da eirene da aldeia; este era o guardião da paz pública. No Novo Testamento o termo eirene ordinariamente representa o hebraico shalom, e não significa simplesmente liberdade de dificuldades, mas sim tudo aquilo que faz o bem supremo do homem. Aqui significa essa tranquila serenidade do coração proveniente da plena consciência de que nosso tempo está nas mãos de Deus. É interessante advertir que tanto chara como eirene chegaram a ser nomes muito comuns na Igreja.
 
4. “LONGANIMIDADE” (gr. makrothumia - μακροθυμια), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10). Falando em geral, a palavra não se usa para a paciência com respeito a coisas ou acontecimentos, senão para a paciência com respeito às pessoas. Crisóstomo diz que é a graça do homem que podendo-se vingar não o faz; do que é lento para a ira. O que mais ilumina seu significado é seu uso muito comum no Novo Testamento com respeito à atitude de Deus e de Jesus para com os homens (Rm 2.4; 9.22; 1Tm 1.16; 1Pe 3.20). Se Deus agisse como o homem, há tempos que teria levantado Sua mão para destruir este mundo; mas tem tal paciência que suporta todos os nossos pecados e não nos despreza (Rm 9.22). Em nossa vida, em nossa atitude e nossos entendimentos com nossos semelhantes devemos reproduzir esta atitude de Deus para conosco, de amor, tolerância, perdão e paciência.
 
5. “BENIGNIDADE” (gr. chrestotes - χρηστοτης), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3). É um termo positivo. Plutarco diz que é muito mais difundido que a justiça. Um vinho antigo se chama crestos, suave. O jugo de Cristo é crestos (Mateus 11.30), quer dizer, não roça nem incomoda nem mortifica. A ideia geral é a de uma amável bondade.
 
6. “BONDADE” (gr. agathosune - αγαθωσυνη), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13). É a mais ampla expressão da bondade; define-se como "a virtude equipada para cada momento". Qual é a diferença? A bondade poderia - e pode - reprovar, corrigir e disciplinar; a crestotes só pode ajudar. Trench diz que Jesus mostrou agathosune quando purificou o templo e expulsou os que o transformavam num mercado, mas manifestou crestotes quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungia os pés. O cristão necessita de uma bondade que seja ao mesmo tempo amável e enérgica.
 
7. “FIDELIDADE” (gr. pistis - πιστις), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10). No grego popular esta palavra é comum para confiança. É a característica do homem digno de confiança.
 
8. “MANSIDÃO” (gr. praotes - πραοτης), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15,16; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20). Praotes é a palavra que menos se presta à tradução. No Novo Testamento tem três significados principais:
a. Significa submisso à vontade de Deus (Mateus 5.5; 11.29; 21.5).
b. Significa dócil: o homem que não é muito soberbo para aprender (Tg 1.21).
c. Com maior frequência significa controlado (1Co 4.21; 2Co 10.1; Ef 4.2). Aristóteles definiu a praotes como o termo médio entre a ira excessiva e a mansidão excessiva; como a qualidade do homem que está sempre irado, mas só no momento devido. O que lança maior luz no significado da palavra é que o adjetivo praus aplica-se a um animal domesticado e criado sob controle; o termo fala do domínio próprio que só Cristo pode dar. Praotes refere-se ao espírito submisso a Deus, dócil em tudo e considerado bom para com seu próximo.
Mansidão é a combinação de força e suavidade. “Quando temos praotes, tratamos todas as pessoas com cortesia perfeita, reprovamos sem rancor, argumentamos sem intolerância, enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, mas não pecamos, somos gentis, mas não fracos”.
 
9. “DOMÍNIO PRÓPRIO” (gr. egkrateia - εγκρατεια), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.2,9; Tt 1.8; 2.5). É o espírito que dominou seus (de Paulo) desejos e amor ao prazer. Aplica-se à disciplina que os atletas exercem sobre o próprio corpo (1Co 9.25) e do domínio cristão do sexo (1Co 6.18; 7.9). No grego corrente aplica-se à virtude de um imperador que jamais permite que seus interesses privados influam no governo do povo. É a virtude que faz ao homem tão dono de si, que é capaz de ser servo de outros.

 
O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito o crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. São virtudes éticas que lidam primariamente com as relações interpessoais. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos. Como Deus, que enviou a lei, também enviou o Espírito, os subprodutos da vida cheia do Espírito harmonizam-se perfeitamente com o objetivo da Lei de Deus. Uma pessoa que exibe o fruto do Espírito satisfaz a Lei muito melhor do que uma pessoa que mantém os rituais, mas tem pouco amor no seu coração.

Obs.: *Em alguns círculos cristãos, levanta-se o argumento implausível de que o fruto do Espírito veio para substituir os dons do Espírito, como se o primeiro fosse melhor ou mais importante do que o segundo. O crente equilibrado do Novo Testamento irá desejar tanto o fruto quanto os dons do Espírito Santo operando em sua vida, de modo a poder melhor servir a Deus e aos seres humanos seus companheiros. Muitos, em vez de andarem à cata de dons, deviam antes, desenvolver o fruto do Espírito, porque, dons espirituais e serviço efetuado sem o fruto do Espírito, são uma anomalia...


Em Cristo,
Ir. Márcio da Cruz

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