Rádio Hinos Inspirados


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O AMOR SE ESFRIARÁ



e, por se multiplicar a INIQUIDADE, o AMOR de muitos esfriará”.



Temos visto e ouvido nestes últimos dias um crescente esfriamento do povo que outrora foi chamado de Bíblia. Que vivia falando acerca do Livro de Deus e o defendia com alegria, ousadia, coragem e amor. Onde os cultos de ensino e EBDs eram cheios e as pessoas sedentas para aprenderem mais sobre Deus e Seu Reino. Cenário onde a Bíblia é o livro mais vendido do mundo, mas (paradoxal e lamentavelmente) é o menos vivido. O que houve com este amor que hoje, nem de longe faz lembrar o sentimento que antes no povo havia? O que aconteceu?

Como a situação chegou a esse ponto, visto que nos vangloriamos de dizer que somos seguidores e defensores das Sagradas Escrituras?

Dividamos o versículo base em duas partes e vejamos a raiz do problema.



1.    INIQUIDADE

Datação 1555. Ortoépia: qü. Substantivo feminino

- Caráter daquilo ou daquele que é iníquo, que é contrário à equidade. Ação ou coisa contrária à moral e à religião. Aquilo que é iníquo, ato contrário à justiça, à equidade. Ato perverso; maldade. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 3.0

O Dr. Champlin faz um raio X preciso que muito ajuda a esclarecer a situação que estamos a constatar na Igreja do Senhor. Ao comentar sobre o verbete em estudo, ele diz:

 “...por se multiplicar a INIQUIDADE...” Neste passo, “iniquidade” indica o DESREGRAMENTO, e não a imoralidade, embora o espírito de iniquidade, isto é, o espírito rebelde, a falta de autoridade, etc., produzam um eleito imoral sobre a sociedade. A apostasia que desvia os homens das leis espirituais e internas do cristianismo, o desregramento mental, é a essência mesma da iniquidade. O desaparecimento gradual da verdadeira religião obrigatoriamente é seguido pelo desaparecimento gradual do amor fraternal na comunidade religiosa. Ora, essa morte é gradual. Alguns intérpretes tomam essa iniquidade como um antinomianismo especifico, isto é, o ensino contra (NTCVV – Champlin, p. 558).

E não é justamente isso que tem sido constatado? As instituições abraçaram a indiferença às diretrizes do Reino adaptando e colocando-as sob seus carnais e baixos intentos, colocando sobre a Noiva do Cordeiro, fardos que não são os dEle. E ai de quem os confrontar!

E o que é isto, senão a INIQUIDADE à porta da Igreja?




2. AMOR

Por convenção, o verbete agapê passou a retratar como que exclusivamente o Amor de Deus. Muito embora, nas Escrituras, o termo seja também usado em outras ocasiões que não estejam diretamente ligadas a Deus e Sua pessoa. É sempre bom a cautela na hora de estudar o contexto. Além do quê, o grego traz também mais três palavras que falam de amor: eros, phileo e storge, mas a palavra escolhida por João em sua primeira carta foi justamente agapê (ἀγάπη). E, no texto que estudamos, Mateus registra que o amor a que se referiu Jesus é o amor agapê, amor este atualmente encontrado somente na Igreja, pois é ela a responsável por espalhar, demonstrar, viver este sentimento que tem sua origem em Deus (1João 4.8).

Como pode o mundo viver o amor, o agapê (a essência de Deus) se o homem não quer nada com Deus? O mundo jaz, isto é, está morto no Maligno (1Jo 5.19), portanto, não possui vida para transmitir este Amor!

Infelizmente, a tática do Maligno mudou e tem funcionado. Antes, ele matava. Agora, ele seduz (Ap 20.10 ARA). A frieza, a indiferença, a irreverência e o destemor a Deus de muitos, estão trazendo terríveis problemas ao Corpo de Cristo.

Quando há desprezo pelas diretrizes santas do Senhor, o Amor começa a sofrer baixas, pois ele é algo que precisa e muito ser alimentado. E este alimento altamente nutritivo (Palavra de Deus) é vital para a manutenção do Amor, pois sem isto, não conseguiremos conhecer a Deus de fato! Dr. Stern, em seu Novo Testamento Judaico traz uma tradução curiosa: “E o amor de muitos esfriará por causa do CRESCENTE DISTANCIAMENTO da Torah” (Mt 24.12).

É um tanto interessante esta interpretação feita pelo Dr. Stern. Há uma ponte entre a tradução feita por ele e o Dr. Champlin, que diz: “O amor se esfriará. Neste caso, esfriar vem do verbo que significa soprar a fim de arrefecer* (derivado do verbo básico “soprar”), de esfriar. A mesma palavra é usada para indicar a extinção de um incêndio. Os sopros gélidos da apostasia e da iniquidade dos indivíduos, especialmente aqueles que caracterizam a iniquidade, apagam as chamas do amor, esfriam as brasas, e nada deixam senão cinzas frias”.

* provocar o esfriamento, tornar(-se) frio, provocar o desânimo de; desanimar(-se), desalentar(-se), ficar mais brando, mais fraco. Houaiss

Concluo com Charles Hodge: “Que ninguém creia que o erro doutrinário seja um mal de pouca importância”. Aprendi que “toda longa caminhada começa com um pequeno passo!

Lutemos para manter acesa a chama do Espírito em nós, como aconselhou Paulo aos tessalonicenses: “Não apaguem o Espírito!”. (1Ts 5.19 NAA)






Ir. Márcio da Cruz