Rádio Hinos Inspirados


segunda-feira, 24 de junho de 2019

BEREANOS, NÓS E AS ESCRITURAS




Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” Atos 17.11 NAA

A Teologia é o que os homens falam da Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus!” Antonio Gilberto




Em um passado não muito distante, ouvíamos que bastava a Bíblia por Ela mesma se responder. Afinal, tratava-se da Palavra de Deus. Entre os estudiosos, falava-se que a regra máxima da Hermenêutica era “a Bíblia responde por si só” ou “a Bíblia pela própria Bíblia”.

Com o aumento do acesso a fartos materiais teológicos (GLÓRIAS A DEUS POR ISSO!!!), muitos puderam mergulhar mais profundamente nos textos canônicos e, assim, trazer algo mais próximo daquilo que os sacros escritores queriam transmitir da parte de Deus aos seus contemporâneos e futuros leitores.

Infelizmente, muitos não só esqueceram o Sola Scriptura como fizeram-lhe um acréscimo, passando a denominar Sola Scriptura + Opinião de A, B, C, etc. Como se a Palavra do Deus vivo precisa da chancela de algum mortal! Mas afinal, não foi para isso que Lutero lutou e desafiou um imenso império? O de acabar com a imposição da instituição dominante (ICAR) e suas tradições e interpretações pessoais, espúrias e fora da vontade de Deus?

Ou a Bíblia basta ou ainda não entendemos e não aceitamos que Ela É a Palavra de Deus, primeira e última e única autoridade sobre assuntos acerca d'Ela mesma.

Os comentários de terceiros são sim, um auxílio importante, mas não possuem poder de gerar vida, de transformar uma vida, como faz brilhante e unicamente a Palavra de Deus.

Se somos herdeiros da Reforma, que ajamos como verdadeiros Sola Scriptura, pois TUDO O que se fala, ouve e escreve sobre Ela, tem origem NELA!!!
 
 
Nos Laços do Calvário
Ir. Márcio da Cruz

quarta-feira, 19 de junho de 2019

DÍZIMO: CADUCOU OU PERMANECE?





Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa. Ponham-me à prova nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não lhes abrir as janelas do céu e não derramar sobre vocês bênção sem medida. Por causa de vocês, repreenderei o devorador, para que não consuma os produtos da terra, e não deixarei que as suas videiras nos campos fiquem sem frutos, diz o SENHOR dos Exércitos.” Malaquias 3.10,11


Dízimo é um SEELO no mundo espiritual para proteção da nossa história!” “Todo mês o devorador é repreendido e a lavooura é liberada!” Renê Terra Nova



Bom, não precisa ser catedrático em Bíblia para perceber que o tema dízimo é assunto encerrado.

O problema é: Como o dízimo é visto hoje? Sob qual ótica? Produto exclusivo da Lei ou possui aplicação prática na Nova Aliança, a Aliança firmada no Sangue de Jesus?

Por muito tempo tem-se debatido acerca do assunto e são dois extremos:

a. Os que defendem a sua obrigatoriedade (está escrito), sob pena de anátema;

b. Os que defendem que caducou (Jesus não mandou), ao deixar a obra à própria sorte.

Há ainda uma terceira via: os que dizem que não é obrigatório, mas na prática, observa-se o contrário: uma postura radical com quem não pratica o ato, e.g., não tem oportunidade o ministério.

No enunciado em questão, observa-se que o locutor fala muito em princípio, e pelo visto princípio baseado na Velha Aliança, pois percebe-se estar baseado em Malaquias 3.10,11.

Então! Princípio é quando você ao estabelecer suas ideias, elas precisam estar em perfeita sincronia com a Bíblia, sob pena de gerar um grave erro bíblico/teológico e/ou heresia.

Sendo assim, sob qual princípio o locutor está se referindo? O do dizimar? Se for, uma pergunta que merece resposta:

Ele (o locutor) cumpre à risca a Lei do Dízimo, onde ela se encontra dentro da Lei? O prof. David Corrêa ao comentar sobre dízimo diz o seguinte:

[ “Todos os dízimos” era um processo de dizimar mediante cada etapa da produção agrícola e pastoril. Eram elas:

1. O dízimo de todos os cereais, dos frutos das árvores e dos rebanhos (Lv 27.30-32; Dt 14.22).

2. O dízimo dos levitas do que eles recebiam do povo e davam a oferta a Arão, o sacerdote (Nm 18.28,29).

3. O dízimo recolhido a cada três anos que todos os judeus mantinham guardado em suas casas para ampararem os levitas, os órfãos, o estrangeiro, e a viúva que residiam em sua cidade: “Comerão, e se fartarão” (Dt 14.28,29).

4. Dízimos que deveriam ser levados ao templo por ocasião das festas de Israel (por inferência - Dt 14.22-27).

Desse modo pode-se observar que, pela Lei, o dízimo significa 10% das várias etapas da produção. De tudo o que deveria ser dizimado, chega-se à conclusão de que os dízimos não representavam somente 10%, e sim de 26 a 30% da produção total. ]

Observe que ao comentar escrever TODOS OS, Malaquias, não estava se referindo à atitude cobrada a todo o povo. Ele estava falando sobre TODA A espécie de dízimo, o que pode ser verificado no versículo anterior.

Voltando ao locutor. Onde ele apoia a ideia de que dízimo é selo? O cristão possui apenas um ÚNICO selo: o Espírito Santo (Ef 4.30). O que ele faz, nada mais é que puro malabarismo com o texto, somado à sua vã filosofia.

Não! O dízimo não é selo, mas parte da adoração de quem é nascido de novo e o pratica com total desprendimento, liberdade e liberalidade. Sem obrigatoriedade ou medo de maldição. Aliás, em relação à maldição, a única coisa que pode acontecer com aquele que deixa (consciente e propositadamente) de dizimar e/ou ofertar, é ficar sem a benção (2Co 9.6-11) e alimentar a avareza, sinal da velha natureza (Ef 5.5; Cl 3.5). Essa questão do gafanhoto caducou e atualmente é usada como muleta pra intimidar, quando na verdade, basta ensinar corretamente o povo e colher os resultados. Lembrando que o ato não é para barganhar, mas adorar, suprir as necessidades da obra e do povo de Deus. Em tempo: um verdadeiro adorador JAMAIS tomará uma atitude antagônica ao que o Manual do Reino orienta a fazer.

É preciso dar um basta nessas manipulações psicológicas e mundanas, com aparência de biblicismo, piedade e unção que buscam acorrentar o povo de Deus ao medo e à negociata.

Quando o povo for testemunha ocular da LISURA, da TRANSPARÊNCIA, do CARÁTER, da FICHA LIMPA dos administradores do Tesouro da Casa do Pai, viveremos dias como os da Igreja do séc. I onde nada faltava, pois o coração dos cristãos era um e essa unidade somada à disposição liberal de ver a obra crescer sendo participante direto, fazia com que eles (sem que ninguém inventasse nada ou contasse estórias exóticas) trouxessem "o proposto no coração"!!!

Encerro com o que disse o profeta Isaías, ao falar ao povo de Israel: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, jamais verão a luz do alvorecer” (Is 8.20). E o clássico texto de Atos 17.11: “Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.”



Nos Laos do Calvário,

Ir. Márcio da Cruz