“e de um só fez todas as raças dos homens, para habitarem
sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e
os limites da sua habitação”.
Atos 17.26
“A mim, o mínimo de todos
os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas
inescrutáveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do
mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou, para que
agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas
regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso
Senhor”.
Efésios 3.8-11
DISPENSAÇÃO - O
termo em português, “dispensação”, é uma tradução do grego “oikonomía”, não
raro traduzido por “administração” nas traduções mais modernas. “Oikonomía” é
uma justa posição de “oikos”, que significa “casa”, e “nomos”, que significa
“lei”. Ela descreve o gerenciamento ou a administração dos assuntos de um lar.
Doutrina originalmente elaborada por John N. Darby (1800 - 1882), líder dos
Irmãos Plymouth e firmou-se por C. I. Scofield a partir de 1909 com a
publicação da Bíblia de Referência de Scofield, segundo a qual a atividade de
Deus na História acha-se dividida em sete dispensações. Em 1924, foi fundado o
Seminário Teológico de Dallas com o propósito específico de treinar homens na
Teologia Dispensacionalista.
É uma economia divina
específica, um comprometimento de Deus com o homem de uma responsabilidade de
desincumbir-se daquilo que Deus lhe designou. Integram o estudo das eras
bíblicas, do tempo, dos tempos, dos dias bíblicos, e da eternidade e são o modo
de Deus revelar-se, de tratar com o homem, de testar o estado espiritual do
povo em determinado espaço de tempo. Em suma: é uma fase de prova moral.
Encontramos o vocábulo equivalente à dispensação (oikonomía) no original em 1Co
9.17, Ef 3.2 e Cl 1.25. Embora, Vine diga que “uma “dispensação” não é um
período ou época (uso comum, mas errôneo, da palavra), mas um modo de
procedimento, um arranjo ou administração de assuntos”, o conceito de “oikonomía”,
entretanto, pode dar-nos suporte para entender como a Soberania Divina trabalha
em relação à Sua criação e revelar Sua Graça para com ela.
Wesley, em várias passagens
de seus escritos, refere-se à obra de Deus Pai como Criador e Administrador.
Como Administrador, Wesley explica: “Portanto, sempre que Deus age como
Administrador, como recompensador ou punidor, não age mais como Soberano de
acordo apenas com a Sua vontade e prazer; mas como juiz imparcial orientado em
todas as coisas por sua justiça invariável”.
Charles Ryrie comenta: “O
dispensacionalismo enxerga o mundo como um lar governado por Deus. Nesse
mundo-lar, Deus delega ou administra seus assuntos conforme a própria vontade e
em vários estágios ao longo do tempo. Estes estágios assinalam variadas
disposições de recursos na concretização de seu propósito maior. Estas
disposições são as dispensações. Compreender as diferentes disposições dos
recursos de Deus é essencial para uma correta interpretação de sua revelação em
meio às várias dispensações”.
As dispensações têm de ser
vistas como etapas da revelação de Deus, e não como modos distintos do homem se
salvar. Pois só há um meio de nos salvarmos: aceitar integralmente a Graça que
nos oferece o Senhor. Em todas as dispensações, a Graça foi abundantemente
dispensada. Além do que, um estudo do plano de salvação sob cada dispensação
acrescenta facetas à sotereologia que nenhum sistema totalmente desenvolvido
pode negligenciar.
Claro que há quem não aceite
a Teologia das Dispensações (ou parte delas), porém no Seu trato com a raça
humana, é indiscutível o fato de que Deus, na revelação progressiva de Sua
pessoa, apresenta padrões diferentes com os diferentes povos da Bíblia de
acordo com os diferentes períodos da História Bíblica.
Lewis S. Chafer, diz: “Negar
estas várias divisões, contudo, unidas como são a respeito de diferentes
propósitos revelados de Deus, é cessar de ser influenciado devidamente pela
Escritura que Deus falou”.
Algumas promessas,
ordenanças e princípios passam de uma dispensação para outra, enquanto que
outras são anuladas e substituídas por novas revelações. Deus revelou sete
dispensações nas Escrituras:
1. INOCÊNCIA:
Gn 2.7 a 3.24. Da criação do homem à sua queda.
2. CONSCIÊNCIA:
Gn 4.1 a 7.23. Da queda do homem ao dilúvio.
3. GOVERNO
HUMANO: Gn 8.15 a 11.9. Do dilúvio a Abraão.
4. PATRIARCAL
/ PROMESSA: Gn 12 a Êx 19. De Abraão a Moisés.
5. LEI:
Êx 19.8 a João 19.30. Do Sinai ao Calvário.
6. GRAÇA
ou IGREJA: Da 1ª a 2ª vinda de Jesus (Jo 1.17). É de âmbito universal. A
salvação depende da aceitação ou rejeição de Cristo (Jo 1.12,13; 3.16).
7. MILÊNIO
/ REINO: duração: mil anos. Abrange dos juízos das nações ao juízo final. É a
dispensação do governo divino na Terra.
As dispensações nos
capacitam a compreender corretamente o cronograma profético de Deus para a
história. Na atual era, o instrumento que Deus utiliza para agir é a Igreja,
não Israel. Todavia, para que o resto da profecia de Daniel (Dn 9.25-27) se
cumpra literalmente, tal qual as 69 semanas, a Igreja deve ser removida da
terra. Este evento é chamado de “arrebatamento”. Pode acontecer a qualquer
momento e deverá preceder os sete últimos anos do decreto de Deus para Israel,
conhecidos como a Grande Tribulação.
Que o Espírito Do Deus das
Alianças seja contigo!!!
nEle, o Criador e
Administrador de tudo,
Ir. Márcio da Cruz
Bibliografia:
- Antônio Gilberto. Manual
da Escola Dominical, CPAD, 1997.
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Dicionário Teológico, CPAD, 2000.
- José Apolônio. Lições
Bíblicas Jovens e Adultos, CPAD, 3º Trimestre de 1985.
- Edward Robinson. Léxico
Grego do Novo Testamento, CPAD, 2012.
- F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker. Léxico
do Novo Testamento Grego / Português, Edições Vida Nova, 1991.
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Halley, Editora Vida, 2002.
- Kenneth J. Collins. Teologia
de John Wesley, CPAD, 2010.
- Lewis S Chafer. Teologia
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Sistemática, volume II, CPAD, 2010.
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- W.E. Vine, Merril F. Unger e William White Jr. Dicionário
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da Bíblia de Almeida, SBB, 2003.